quinta-feira, 4 de agosto de 2011

MOVIMENTO MST DE MAIQUINIQUE REALIZA CAMINHADA PELAS RUAS DA CIDADE

clip_image002        O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) de Maiquinique realizou hoje, dia 03, uma passeata pelas Ruas, Praças e Avenidas da cidade, pedindo Paz no Campo, e a revogação do Mandado de reintegração de posse das Fazendas Engazeira/Gameleira e Alegria. O movimento reuniu centenas de membros dos dois acampamentos do município e de municípios vizinhos, além de contar com a participação de autoridades políticas, membros da sociedade civil e representantes da impressa local. Durante a passeata, os trabalhadores pediram o apoio da comunidade e das autoridades constituídas no intuito de combater a violência e o preconceito da sociedade. Também clamaram por providência da polícia e da justiça quanto às denúncias de ameaças de morte que os mesmos vêm sofrendo por parte de alguns pecuaristas e latifundiários que são contra o movimento MST. Na oportunidade foram distribuídas centenas de cópias de uma CARTA ABERTA A SOCIEDADE, onde é apresentada uma síntese da história do movimento em nossa cidade, descrevendo os principais eventos ocorridos durante as ocupações (e não invasões), além de reforçar o pedido de apoio da nossa comunidade em prol do movimento MST.

       Em entrevista exclusiva ao jornal Gazeta Maiquiniquense e ao Maiquinique Vista, o coordenador do movimento em nossa cidade, Wiliam, falou da importância do movimento para a efetividade da reforma agrária em nosso país, e a sua grande influência na produção agrícola em nosso município. O mesmo colocou ainda que um dos objetivos do movimento é fazer com que a terra cumpra com a sua função social, gerando emprego e renda para as famílias carentes, e também de ajudar no desenvolvimento da economia da cidade e do Estado com produção de alimentos e o combate a fome através do processo da agricultura familiar.  

      Wiliam ressaltou também a importância da união do movimento, que hoje conta com mais de mil famílias assentadas na região, e que tem se engajado cada vez mais no movimento no intuito de fazer valer os seus direitos garantidos pela constituição. “O movimento é um movimento só [...] hoje nós temos mais de mil famílias assentadas nessa região, entre Maiquinique e Macaraní “ – Disse Wiliam.

     O mesmo esclareceu ainda que o objetivo do movimento é apenas garantir os direitos do cidadão quanto à reforma agrária, e que o movimento repudia qualquer tipo de violência, prezando sempre pela paz e pelos princípios constitucionais. No fim da entrevista, Wiliam deixou ainda um convite à comunidade Maiquiniquense que compareça sempre que puder aos acampamentos para conhecerem um pouco mais de suas lutas e sua história, e saber mais sobre a filosofia do movimento MST, e suas reivindicações.

Abaixo segue a transcrição completa da CARTA ABERTA A SOCIEDADE.mst_bandeira_grandeSECRETARIA DO MST - REGIONAL SUDOESTE

Av. Fernando Spínola. nO 64, Bairro São Vicente

CEP 45.000-000 Vitória da Conquista - BA.

VI FAX (077) 3084-5172

E-MAIL: mstsudoeste@ig.com.br

Maiquinique, 03 de agosto de 2011.

CARTA ABERTA A SOCIEDADE

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra- MST vem através de esta explicar e conclamar o apoio da sociedade deste município e região, para a importância das lutas dos trabalhadores rurais que aqui se encontram acampados desde abril de 2008. A nossa reivindicação pelas terras improdutivas é antiga, solicitamos do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA, responsável pela vistoria e desapropriação de terras para fins de Reforma Agrária. Neste período ficamos acampados no corredor por 7 meses ,após este tempo de espera ocupamos a fazenda Ingazeira no dia 19 de novembro de 2008 e hoje este acampamento é uma das áreas mais produtivas desta região, sendo uma importante referência de produção e comercialização de alimentos nas cidades de Maiquinique e Itarantim. Em 2009 fizemos um novo acampamento o "Filhos da Terra, onde por mais 7 meses aguardamos no corredor sem que nenhuma providência fosse tomada, o que resultou na ocupação da Fazenda Alegria. Em abril de 2011, após 4 anos de lutas e espera por soluções ocupamos a Fazenda Girú no município de Macarani, acampamento Abril Vermelho. Hoje temos na região cerca de 1000 famílias acampadas, produzindo e lutando para que seja feita a Reforma Agrária nestas áreas todas abandonadas e improdutivas. A justiça exige que seja feita a reintegração de posse das mesmas e nós acampados e acampadas solicitamos o APOIO da sociedade para que consigamos a Emissão de Posse destas áreas e com isto garantir o nosso direito de acesso a Terra para produzir, garantir trabalho e renda para todos.

REFORMA AGRÁRIA POR JUSTIÇA SOCIAL E SOBERANIA POPULAR! Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

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